Insetos

É raro quem goste de insetos, mas vamos suavizar essa tarefa começando pelos mais fofinhos... Quando nos nutrimos de conhecimento sobre com o que devemos nos preocupar, bem como sobre a importância de cada espécie para o nosso bem-estar, essa compreensão substitui o medo ou o nojo e passamos a respeitar tais seres que vivem ao nosso redor. Conhecimento traz realização! 

Borboleta Do Manacá (Methona Themisto)

Por que Manacá? Porque essa borboletinha ama as plantas da árvore denominada Manacá ou Quaresmeira, presente na Mata Atlântica. É o alimento exclusivo para suas lagartas. Muitas pessoas não gostam das lagartas e as vêem como pragas, mas depois que viram belíssimas borboletas, até esquecem disso! Você verá muitas delas no Parque da Guarita e no Parque Estadual itapeva. Quando capturadas, elas se fazem de mortas (tanatose). Incrível, não é mesmo?


Fonte: https://www.biodiversity4all.org/taxa/119084-Methona-themisto

Joaninha (Coccinellidae)

Pode não parecer, mas as joaninhas são besouros predadores de diversas pragas, como pulgões e ácaros, além de se alimentarem de pólen e néctar. São associadas à sorte e à fartura em algumas culturas populares, mas sua real importância está nas áreas agrícolas, onde são utilizadas como controladoras biológicas de pragas, evitando-se o uso de inseticidas químicos. Possuem dois pares de asas. Um par é fino e membranoso e encontra-se sob o outro par de asas (élitros) que são duras e resistentes. Os élitros da maioria das espécies de joaninhas possuem cores vibrantes, como amarelo, laranja e vermelho, com pequenos pontos pretos. Para se protegerem, elas contam com algumas estratégias. A coloração vibrante pode atuar como uma forma de aviso ao predador sobre a sua impalatabilidade, ou seja, seu gosto ruim, ou sobre a sua toxicidade, evitando que o predador a ataque. Outra forma de defesa utilizada por algumas espécies é o comportamento de deitar-se com o abdome para cima, seguido da liberação de um líquido com odor desagradável. Dessa forma, a joaninha finge-se de morta e esquiva-se da atenção de seu predador.


Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/joaninhas-inseto-e-um-predador-voraz.htm?cmpid=copiaecola

Abelhas sem ferrão ou nativas - Meliponicultura

Vamos abordar de forma geral, pois há várias espécies de abelhas sem ferrão: Mirins (Plebeia), Itajaí (Tetragonisca angustula), Mandaguari (Scaptotrigona depilis), Guaraipo (Melipona bicolor), Jandaíra (Melipona subnitida), Mandaçaia (Melipona quadrifasciata), Tiúba (Melipona fasciculata), Uruçu (Melipona scutellaris) etc. São aproximadamente 350 espécies, elas geralmente são muito pequenas e dá para confundir com moscas ou mosquitos, dessa forma, sua criação é em caixas pequenas, elas produzem pouco mel (por isso é bem mais caro que o da abelha africana), em copinhos. As mais parecidas com a abelha de ferrão são a Mandaçaia e a Uruçu, que são mais gordinhas e com listras pretas e amarelas. Elas também produzem entradas diferentes em suas colmeias, sendo algumas em formato tubular ou uma pequena entrada redondinha em locais bem específicos de troncos de árvores pré-existentes, onde se sintam seguras e aquecidas. Algumas são meio desagradáveis, como a lambe-olhos, que suga nossa lágrima, e a abelha-limão, que é saqueadora de outras colmeias (é assim que ela prospera). Além das que fazem os ninhos nos troncos, outras constroem seus ninhos no solo, utilizando formigueiros e cupinzeiros abandonados, ou constroem ninhos aéreos presos a galhos ou paredes.  As abelhas sem ferrão pertencem à família Apidae, tribo Meliponini, razão pela qual também são chamadas de meliponíneos. Apesar do nome, essas abelhas possuem ferrão, mas este é atrofiado e não possui função de defesa. No entanto, elas possuem outras maneiras de se defenderem, que vão desde morder e grudar nos cabelos, como a temida Arapuá (Trigona spinipes), até liberar uma substância ácida que queima a pele, como a Caga-fogo (Oxytrigona tataira).  Uma característica muito interessante é que elas fazem desenhos com resina na entrada da colméia para proteção e sua própria localização, já que enxergam uma cor fluorescente.


Fonte: https://abelha.org.br/abelhas-sem-ferrao/

Abelha com ferrão (Apis Mellifera) - Apicultura

Enquanto uma colmeia de abelhas nativas produz de 1 a 8 litros de mel por ano (varia conforme a espécie), a africana pode produzir de 20 a 60 litros (superprodução). São sociáveis, mas não por serem inofensivas, e sim por viverem juntas em sociedade, cada uma com sua função e importância dentro da colmeia. Quando foram trazidas para o Brasil, para a produção de mel, as rainhas da raça africana enxamearam e cruzaram com machos das raças europeias que aqui estavam, resultando numa raça híbrida, a abelha-africanizada. A rainha é responsável apenas pela postura de ovos, as operárias campeiras recolhem néctar e pólen para alimentar as larvas. No caso do néctar, elas armazenam na forma desidratada: o mel. No caso do pólen, ele é fermentado e transformado no “pão da abelha” ou “saburá”. As larvas destinadas a se tornarem rainhas são alimentadas com uma dieta especial: a geleia real. Quando jovens, as operárias realizam trabalhos internos, como a limpeza das células de cria (operárias faxineiras), alimentação da cria (operárias nutrizes) e a construção de células de cria (operárias construtoras). Quando mais velhas, realizam trabalhos externos, como a defesa da colônia (operárias guardas) e a coleta de recursos, como pólen, néctar, resina e água (operárias campeiras ou forrageiras). Durante a coleta de recursos nas flores, as campeiras podem realizar a polinização. Em uma colônia de Apis mellifera, por exemplo, são encontradas uma rainha, de 2 mil a 80 mil operárias e de 0 a 400 machos, dependendo da época do ano. A rainha vive, em média, dois anos e as operárias aproximadamente 45 dias. Os machos morrem assim que acasalam com a rainha virgem. Os machos que não acasalam vivem, em média, 80 dias e não trabalham.


Fonte:https://abelha.org.br/divisao-de-tarefas/

Abelha solitária Mamangava (Xylocopa Frontalis)


Uma das abelhas solitárias mais famosas no Brasil é a mamangava-de-toco, cujas fêmeas são grandes e geralmente pretas (os machos são marrons-alaranjados), muitas vezes confundidas com besouros. Elas são muito importantes para a polinização do maracujá-amarelo. Nunca tente pegar ou tocar nela, seu ferrão irradia até a cabeça. Mas sem problemas que ela voe ao seu redor, só ferroa se importunada, está mais interessada em alimentar-se. As abelhas solitárias não produzem mel, mas isso não significa que sejam menos relevantes: elas têm papel importantíssimo para o meio ambiente e para a agricultura, pois também fazem a polinização quando visitam as flores em busca de néctar e pólen.  A fêmea faz tudo sozinha. Assim que nasce, ela já acasala com um macho, acha um local adequado para o ninho, constrói as células para colocar os ovos, busca alimento, cuida das larvas e defende o ninho de invasores. Tudo sozinha. E esse é todo o ciclo de vida de uma abelha solitária. Quando as crias nascem, geralmente a fêmea morre ‒ mas em algumas espécies chegam a dividir o ninho por um breve período. 


Fonte: https://abelha.org.br/abelhas-solitarias/

Abelha solitária das Orquídeas (Euglossa)

Entre as abelhas solitárias, existem espécies bastante distintas, como abelhas com colorações azuis ou verdes metálicos que polinizam orquídeas, até abelhas-de-óleo que, como diz o próprio nome, buscam óleos em flores em substituição ao néctar como fonte energética. Você verá essas pequeninas verdes por aqui, são comuns e frequentemente confundidas com mosca varejeira. Apesar de ter ferrão, elas são mansas e podem até caminhar sobre nós, basta não se sentir ameaçada. Seu nome científico se refere a sua glossa, ou melhor, sua língua, que é bem grande, para acessar as flores compridas e tubulares! Elas têm um corpo de até 12mm de comprimento. São consideradas semissociais, ou seja, de uma maneira geral são solitárias, mas mantém uma organização com apenas 1 geração por vez, assim após as posturas, as rainhas deixam o ninho para que as crias se desenvolvam sozinhas.

Fonte: https://abelha.org.br/abelhas-solitarias/

Percevejo do Tomateiro (Phthia picta)

São insetos sugadores. É comum encontrá-los entre o outono e primavera por aqui em tomateiros (sugam o suco do fruto) ou até mesmo dentro de casa, pois gostam de ambientes quentes. Caso se sintam ameaçados, liberam um odor forte similar ao percevejo Maria fedida e, se você matá-lo, esse cheiro fica bem forte. Melhor colocar o bichinho para fora. Seus predadores naturais são aranhas e lagartixas, deixe que elas se alimentem deles. 



Fonte: https://www.agrolink.com.br/problemas/percevejo-do-tomate_1437.html

Aranha-lobo (Lycosa erythrognatha)

Também conhecida como aranha-de-jardim ou de grama, tem oito olhos, possui de 4 a 5 cm de comprimento, com as fêmeas sendo maiores que os machos. Sua coloração é marrom e preta. com um desenho que lembra uma seta de lança na região do abdômen. Suas quelíceras (par de pinças da mandíbula) têm coloração avermelhada. Essa espécie não gera teias e não tem veneno. Dificilmente atacam, costumam fugir de humanos, mas quando são perturbadas por nós intencionalmente, podem picar. Sua toxina é proteolítica e sua picada deixa duas perfurações na pele além de dor local e vermelhidão, podendo provocar reações alérgicas. O tratamento costuma ser controlado apenas com analgésicos orais e anti-histamínico. Sua dieta inclui moscas, borboletas, besouros, baratas, escorpião, carrapato, ácaro e outras aranhas pequenas. Maravilha, né? São animais importantes, pois se alimentam de insetos que realmente podem nos causar doenças, e são inofensivos, então não é necessário ter medo, nem matar. Seus predadores naturais são pássaros, lagartixas, rãs e outras aranhas.

Atenção: a Aranha Marrom, que é venenosa, tem o desenho de um violino na parte traseira, e possui 6 olhos enfileirados, mas não é comum por aqui.


Fonte: https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/aranha-lobo-lycosa-erythrognatha-2/

Aranha saltadora ou papa-moscas (Platycryptus undatus)

É a família mais numerosa de aranhas, contando com mais de 500 gêneros e cerca de 5.000 espécies (cerca de 13% das espécies conhecidas de aranhas), com distribuição quase mundial. Essas aranhas não fazem teia para caçar, mas ficam à espera, saltando rapidamente sobre a presa. Após a caça, aprisionam a presa a uma teia específica e muito resistente. Elas podem saltar 20x a sua altura. São o tipo de aranhas mais rápida e ágil do reino dos aracnídeos, as únicas aranhas que podem ver faixas de cores, têm um veneno (letal para suas presas apenas, pois em humanos não tem efeito) mais poderoso que o de outras aranhas (dependendo da espécie). Por se alimentarem de insetos indesejados (mosquitos e moscas, por exemplo), e até de aranhas potencialmente prejudiciais ao ser humano (aranha-marrom e viúva negra, por exemplo) ajudam no controle desses animais em nossas casas. Que amor, não é mesmo?


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Salticidae

Aranha treme-treme ou Pernudinha (Pholcus phalangioides)

É uma aranha de cor clara e relativamente pequena (corpo e patas geralmente não ultrapassam seis centímetros). Possui pernas muito longas e finas e fica o tempo todo em sua teia irregular. Bastante comum em residências. Quando se sente ameaçada, utiliza suas longas pernas para agitar a teia vigorosamente. Essa teia também é utilizada para capturar o seu alimento, que consiste em insetos e outras aranhas, como a aranha-marrom (que é maior que ela!). Podendo atingir até três anos de vida, vive dentro das habitações, em depósitos e nos quintais. Aqui elas são encontradas embaixo da churrasqueira de concreto. Também vive em ocos de madeira e buracos no solo. É inofensiva, não causando acidentes em humanos e ainda nos protege da terrível Aranha Marrom!


Fonte: https://protecaoanimal.curitiba.pr.gov.br/animais-silvestres-curitiba/invertebrados/aranha-treme