Mamíferos

Imagine-se passeando por Torres, aqui você verá alguns dos mamíferos terrestes e marinhos mais comuns de se encontrar e, dessa forma, será uma rica experiência, pois saberá identificá-los e assim a observação será empolgante e inesquecível!  

Baleia-Franca (Eubalaena australis) 

Esses Cetáceos (mamíferos marinhos) são nossas visitantes no inverno! Realizam migrações anuais, percorrem 3 mil quilômetros para passar o inverno em áreas tropicais e subtropicais. No verão, os adultos costumam se alimentar de um pequeno crustáceo chamado krill, por meio de filtragem. Durante o período reprodutivo, de julho a novembro, observam-se em Torres, perto da arrebentação das ondas, as baleias em comportamento de descanso, brincadeiras entre mães e filhotes, saltos, batidas de cauda, exposição do ventre, entre outros. Dá para sentir a vibração na areia! Os filhotes nascem após 12 meses com comprimento de 4,5 a 6 metros e os adultos medem cerca de 13 a 17 metros. O intervalo entre cada gestação é de três anos. Durante o período de procriação, as baleias francas não se alimentam pois já adquiriram os nutrientes necessários anteriormente. As baleias francas são mamíferos que sofreram adaptações para a vida aquática, mas possuem sangue quente, realizam fecundação interna e respiram através de pulmões, sendo necessário vir à superfície para respirar. Os mergulhos mais demorados costumam durar 20 minutos. O esguicho é a respiração delas, em forma de V, cuja formação se dá pelo ar quente expelido dos pulmões. Elas possuem calos na cabeça (ciamídeos), conhecidos como piolho-de-baleia. Esses calos são as “impressões digitais” desse tipo de baleia, por meio dessa característica é possível identificar cada animal. Comunicam-se por meio de sons, a intensidade varia conforme a finalidade. Sua longevidade pode chegar a 80 anos!


Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/baleia-franca-eubalaena-australis.htm

Baleia Jubarte (Megaptera novaeangliae)

Possui nadadeiras que podem chegar a 1/3 do seu corpo, e daí vem seu nome científico que significa grandes asas da Nova Inglaterra, de quando foi descoberta. Ao invés de dentes possuem em ambos os lados da boca uma cortina de cerdas filtradoras – as “barbatanas”, muito semelhantes a escovas. Assim como a Baleia-Franca, alimenta-se de pequeninos organismos do plâncton marinho, o krill, um  crustáceo semelhante a um camarão extremamente abundante nos mares ao redor da Antártica. Seu esguicho, ou borrifo, de ar-quente, permite um mergulho de até 30 min, alcançando aproximadamente 600m de profundidade. Sua jornada entre alimentação e reprodução atinge 9 mil quilômetros, sendo assim, são avistadas em quase todos os mares! Um dos movimentos característicos é a exposição da nadadeira caudal acima da superfície da água. A baleia posiciona-se por até 15 minutos de cabeça para baixo, somente com a cauda e, às vezes, parte do pedúnculo acima da superfície do oceano. Este comportamento permite aos pesquisadores realizarem a fotoidentificação do indivíduo e aos turistas observarem as baleias por mais tempo. Pode ser que a exposição da cauda sirva como um mecanismo de termorregulação. O comportamento mais impressionante desses grandes mamíferos é o salto. Existem várias hipóteses para explicar este comportamento. Quem sabe é uma forma de eliminar parasitas e cracas que ficam aderidas ao corpo da baleia? Porém, durante muitas observações normalmente é o filhote quem inicia uma série de saltos maravilhosos, logo seguidos pela mãe e algumas vezes sincronizados com ela – parece que o filhote é quem incentiva a fêmea a saltar. Elas também expõem as nadadeiras peitorais, a cabeça e nadam lateralmente. Apesar da cópula em baleias-jubarte nunca ter sido observada, pode-se sugerir que esta movimentação constitua um tipo de corte, para chamar a atenção. Se você quer ter a oportunidade incrível de ver esses shows, o melhor lugar é o Morro do Farol. Mas entre outubro e novembro, elas já vão se deslocando para a praia Itapeva. Para ter melhor visibilidade, vá até as pedras do Morro da Itapeva, à beira-mar.


Fonte:https://www.baleiajubarte.org.br/comportamentobaleiajubarte

Golfinho-pintado-do-atlântico (Stenella frontalis)

Possui manchas esbranquiçadas presentes na pele do animal. Quanto mais pintas têm, mais velhos são. Já os filhotes são lisos. A espécie é endêmica do Oceano Atlântico. Quando são vistos perto da Ilha dos Lobos, é quando a água está mais quente. Cetáceos (animais mamíferos marinhos) odontocetos, ou seja, possuem dentes. Como as Baleias Orcas portam essa característica, pertencem ao grupo dos golfinhos, mas as Orcas não são avistadas por aqui, ainda bem! Golfinhos são mais inteligentes que qualquer outro animal. Apesar de estar na categoria “pouco preocupante”, ainda está sujeito a diversas ameaças, como redes de pesca e destruição de habitat. A espécie mergulha até, aproximadamente, 60 metros, os mais longos mergulhos duram até 6 minutos de acordo com registros, apesar da capacidade, esses animais preferem ficar em profundidades com menos de 10 metros. Vivem aproximadamente 23 anos. Os adultos podem chegar até 2,20 m de comprimento e pesar até 143 kg. Possuem de 32 até 42 dentes na mandíbula superior e de 30 a 40 na mandíbula inferior. Gostam de acompanhar embarcações e nadar em sua proa; normalmente são avistados em companhia de outras espécies de golfinhos e são caçadores cooperativos.


Fonte: https://www.viva.bio.br/golfinho-pintado-do-atlantico/

Toninha (Pontoporia blainvillei)

É o golfinho mais ameaçado do Brasil, com apenas 20 mil indivíduos. A espécie é considerada o sentinela de ambientes costeiros. O dia da Toninha é celebrado dia 01 de outubro. É uma espécie típica daqui, diiferente de outros cetáceos, a toninha não faz suas travessias mar adentro com os saltos característicos dos golfinhos. Discreta,  é o menor cetáceo do mundo e o menor golfinho do Brasil, 1,7m no máximo, ela quase não é vista, nem mesmo pelos pesquisadores, e por isso é importante torná-la conhecida, pois é um verdadeiro fóssil vivo. Estimar a idade desses animais é semelhante com a medição de idade das árvores, que quando tem o tronco cortado revela seus anéis de crescimento, que indicam os anos de vida. Com os golfinhos, é possível ver a idade fazendo cortes finos nos dentes que depois são analisados em microscópio. 


Fonte: https://oeco.org.br/reportagens/toninha-um-sentinela-ameacado/

Lobo-marinho (Arctocephalus australis) 

Pesa entre 120 e 130kg e tem aproximadamente 1,8m de comprimento. São mamíferos marinhos pertencentes ao grupo dos Pinípedes que, diferentemente dos golfinhos e das baleias, utilizam o ambiente terrestre para realizarem algumas atividades como troca de pelo, reprodução, cuidado dos filhotes e descanso. Torres abriga o único refúgio do litoral Brasileiro, a Ilha dos Lobos (Geossítio Marinho), uma instituição gerenciada pelo ICMBio. É a menor reserva ecológica do Brasil e onde se encontram as maiores ondas do nosso litoral. Existe um plano de uso público que será colocado em prática em breve para visitação turística. Lá os leões e lobos-marinhos encontram águas calmas e quentes, um lugar para descansar e alimentos em abundância. Entre uma refeição e outra no mar, passam horas deitados ao sol nas rochas da Ilha dos Lobos ou nos blocos de concreto dos molhes. São carnívoros, seu principal alimento são os peixes. Lobos e leões-marinhos podem ser avistados com maior frequência de setembro a novembro. Também se encontram na ilha muitas espécies de aves, focas, morsas, tartarugas, algas, corais e mariscos.O Refúgio está situado a cerca de 1,8km da praia de Torres, tem uma área total de 142ha e profundidade média de 15 a 20m.


Fonte: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/nossa-terra/2013/noticia/2013/09/rs-abriga-unicos-refugios-de-leoes-e-lobos-marinhos-do-litoral-brasileiro.html

Leão-marinho (Otaria flavescens)

Pesa em média 350kg e tem aproximadamente 2,8m de comprimento, ou seja, é bem maior que o Lobo-marinho. Os leões-marinhos machos, quando adultos, têm uma espécie de “juba” (daí o nome) e cabeças arredondadas. Já os lobos possuem focinhos pontudos e orelhas proeminentes. São carnívoros, seu principal alimento são os peixes. Apesar do nome Ilha dos Lobos, há muito mais leões do que lobos-marinhos. São mamíferos marinhos pertencentes ao grupo dos Pinípedes que utilizam o ambiente terrestre para troca de pelo, reprodução, cuidado dos filhotes e descanso. Apesar de não serem agressivos, quando coagidos podem representar risco à segurança. Portanto, ao ver um lobo ou leão-marinho na praia, mantenha distância. Além de preservar a segurança, esse distanciamento permite que o animal descanse em paz e assim recupere suas energias para retornar ao ambiente marinho. Caso algum animal se encontre ferido, entre em contato com a APA da Baleia Franca ou com o Programa de Monitoramento de Praias realizado pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC) ou pelo Instituto Australis/Projeto Baleia Franca.


Fonte: https://torres.rs.gov.br/viva/ilha-dos-lobos/ e https://neomondo.org.br/2018/08/13/lobos-e-leoes-marinhos-sao-registrados-na-regiao-sul/

Elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina)

Este animal recebe esse nome devido à presença de um focinho inflável nos machos da espécie, que se assemelha a uma tromba. Já as fêmeas apresentam focinho arredondado, o que facilita a sua diferenciação. Outro fator que muda entre os sexos é o tamanho. Os maiores podem pesar até 4 toneladas e medir mais de 6 metros, mas, geralmente, os machos têm cerca de 2 toneladas e 4 metros, ao passo que as médias das fêmeas são de 500 kg e 2,70 m. Uma característica comum às duas espécies é a presença de unhas nas pontas das nadadeiras, e o revestimento do corpo por uma espessa camada de gordura, que serve tanto como isolante térmico quanto para proteção contra ataques de predadores, como tubarões e orcas. Locomovem-se melhor dentro da água devido ao seu peso. Vivem na Ilha dos Lobos, costumam jogar areia úmida, terra solta ou pequenos seixos úmidos em suas costas ajuda na regulação da temperatura em dias quentes. Esses animais são usualmente vistos dormindo na água. Podem ficar submersos de três a quatros pés abaixo do nível do mar, e emergem em intervalos numa média de 5 a 10 minutos para respirar. O esfíncter caval desses animais são muito desenvolvidos, por isso conseguem realizar longos mergulhos pelas profundezas dos oceanos.


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Elefante-marinho-do-sul

Lontra (Lontra longicaudis)

A lontra é um animal mamífero, carnívoro e pertencem à família Mustelidae, mesma família do furão. Apresenta ampla distribuição em nosso país, vive próxima de corpos d’água, como rios, córregos, manguezais e enseadas marinhas. Em Torres, é divertido observar as lontras na Lagoa do Violão; principalmente porque elas também nos observam, mas se você se aproximar muito, elas mergulham e fogem, pois o ser humano é uma ameaça para elas, então ficam espertas quando nos veem. A lontra tem hábito semi-aquático, noturno e crepuscular. Seu corpo atinge 1,5m de comprimento, só a sua calda chega a 1/3 do corpo. São animais que demarcam seu território, sendo feita com urina, fezes e secreções. Observa-se que elas têm capacidade de vocalização. As lontras podem viver cerca de 20 anos. Contam com dentes fortes e bastante afiados. Alimentam-se, principalmente, de peixes e crustáceos, entretanto, mamíferos pequenos, aves, anfíbios e moluscos podem ser também suas presas. Normalmente a lontra captura a presa dentro do ambiente aquático, mas só a ingere no ambiente terrestre. 


Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/animais/lontra.htm 

Capivara (Hydrochaeris hydrochaeris)

São mamíferos roedores, que se alimentam de capim, gramíneas, grama e vegetação aquática. O nome capivara procede do termo tupi kapi'wara, que significa comedor de capim. Predominante na América do Sul, a capivara tem hábito semiaquático, podendo ser vista tanto em períodos diurnos quanto noturnos e, comumente, em grupos na nossa Orla gastronômica, às margens do Rio Mampituba. É uma espécie muito adaptável ao meio urbano e seu bando pode chegar a 30 indivíduos, mas salientamos que são animais silvestres, podem transmitir doenças para as quais os seres humanos não apresentam defesa (é um dos hospedeiros primários do carrapato-estrela - Amblyomma cajennense, o qual transmite a bactéria intracelular Rickettsia rickettsii, agente causador da zoonose Febre Maculosa Brasileira) ou, até mesmo, contrair doenças das pessoas. A Capivara é o maior roedor do mundo, pesando até 91 kg e medindo até 1,2 m de comprimento e 60 cm de altura. Foram registradas associações (interações) da capivara com pelo menos 9 espécies de aves. O carcará (Caracara plancus), o joão-de-barro (Furnarius rufus), o gavião-carrapateiro (Milvago chimachima), por exemplo, associam-se com este roedor. Essas espécies utilizam a capivara como poleiro ou como batedor (ao andar entre a vegetação, a capivara pode espantar insetos que são ingeridos pelas aves). Já foi observado também que a capivara ativamente expõe o ventre para que o gavião-carrapateiro possa se alimentar de ectoparasitas. O bem-te-vi também pode utilizar a capivara como poleiro. É uma parceria de mutualismo. Algumas aves também buscam se alimentar "diretamente" das capivaras consumindo sangue ou tecidos doentes.


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Capivara 

Tuco-tuco (Ctenomys minutus)

É um mamífero roedor de apenas 25cm, raramente avistado, é preciso muita paciência para conseguir vê-lo, pois tem um esqueleto especializado que contribui para uma vida subterrânea, onde cava estreitas galerias no subsolo, ocupa uma área de 20m de diâmetro, gosta de áreas com gramíneas junto a campos de solo arenoso para cavar galerias com até 1m abaixo da superfície. Em Torres, a sua atividade está concentrada das dunas primárias até áreas de campo das margens da BR 101. Certa vez, estávamos na praia Itapeva e um tuco-tuco caiu do céu (diretamente de um predador voador, não vimos  qual ave o carregava). Imediatamente chamamos a Sema para resgatá-lo, mas estava ferido e morreu. Além de seus predadores, correm risco de extinção também por ações antrópicas (ações realizadas pelo homem), parcelamento de solo urbano, agricultura, ou seja, perda de habitat. Aqui no Parque Estadual Itapeva eles estão mais seguros.


Fonte: https://www.sema.rs.gov.br/itapeva